Manifesto 2012 – Por que marchamos?

Carta Manifesto da Marcha das Vadias/DF 2012

Por que marchamos?

Em 2011, fomos duas mil pessoas marchando por uma sociedade sem violência contra a mulher. No DF, marchamos porque houve cerca de 684 inquéritos policiais em crimes de estupro – uma média de duas mulheres violentadas por dia -, e sabemos que ainda há várias mulheres e meninas abusadas cujos casos desconhecemos. Marchamos porque muitas de nós dependemos do precário sistema de transporte público do Distrito Federal, que nos obriga a andar longas distâncias sem qualquer segurança ou iluminação para proteger as várias mulheres que são abusadas sexualmente ao longo desses trajetos.

Dia 26 de maio deste ano, continuaremos marchando porque, no Brasil, aproximadamente 15 mil mulheres são estupradas por ano e, mesmo assim, nossa sociedade acha graça quando um humorista faz piada sobre estupro. Marchamos porque o nosso Superior Tribunal de Justiça inocentou um homem que estuprou três meninas de 12 anos alegando que elas já se prostituíam, culpabilizando as vítimas, ignorando sua situação de vulnerabilidade e negando a falência do próprio Estado, incapaz de garantir uma vida digna para que meninas tão novas não fossem levadas a serem exploradas sexualmente. Marchamos porque vivemos em uma sociedade onde homens são capazes de planejar e executar um estupro coletivo de seis mulheres como “presente de aniversário”. Marchamos pelo direito ao aborto legal e seguro, porque não queremos Legislativo, Judiciário ou Executivo interferindo em nossos úteros para nos dizer que um aborto é pior que um estupro. Marchamos principalmente para que as mulheres pobres, que abortam em condições desumanas, não continuem sendo criminalizadas e levadas à morte pela negligência e perseguição do Estado, como no caso recente em que o Tribunal de Justiça de São Paulo levará uma mulher acusada de aborto a Juri Popular a pedido do Ministério Público. Marchamos porque o Brasil ocupa, vergonhosamente, o 7 º lugar em homicídio de mulheres e porque, a cada 15 segundos lendo este Manifesto, uma mulher é agredida em algum canto do país.

Continuaremos marchando porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens. Continuaremos marchando porque vivemos em uma cultura patriarcal que aciona diversos dispositivos para reprimir a sexualidade da mulher, nos dividindo em “santas” e “putas”, e a mesma sociedade que explora a publicização de nossos corpos – voltada ao prazer masculino – se escandaliza quando mostramos o seio em público para amamentar nossas/os filhas e filhos. Continuaremos marchando porque mulheres ainda são minoria em cargos de poder e recebem em média 70% do salário dos homens. Continuaremos marchando porque há trabalhos desempenhados por uma maioria feminina que não são reconhecidos, nem dotados de valor econômico, porque as trabalhadoras domésticas são invisibilizadas, exploradas, discriminadas e não têm assegurados alguns dos direitos fundamentais mais básicos do trabalho. Continuaremos marchando porque prostitutas fazem parte do funcionamento de uma sociedade machista e hipócrita que, ao mesmo tempo em que se utiliza de seus corpos, insiste em negar suas cidadanias.

Marchamos contra o racismo porque durante séculos nós, mulheres negras, fomos estupradas e, hoje, empregadas domésticas são violentadas, assim como eram as mucamas. Marchamos pelas crianças negras que são hostilizadas pela cor de sua pele, por seus cabelos crespos e são levadas a negar suas identidades negras desde a infância, impelidas a aderir ao padrão de beleza racista vigente. Marchamos porque nossa sociedade racista prega que as mulheres negras são “putas” por serem negras, tratando-nos como mulas, mulatas e objetos de diversão, desprovidas de dor e pudor. Marchamos porque nós negras vivenciamos desprezo e desafeto reduzindo nossas possibilidades afetivas; “Vadia” enquanto estigma recai especialmente sobre nós negras, por isto marchamos em repúdio a esta classificação preconceituosa e discriminatória de nosso pertencimento étnico-racial.

Marchamos pela saúde das mulheres negras, porque temos menos acesso aos serviços de saúde, porque nos negam pré-natais, cesarianas e anestesias por acreditarem que somos animais e não sentimos dor, porque sofremos tentativas de extermínio ao sermos submetidas a esterilizações cirúrgicas sem nosso consentimento, porque somos as que mais morremos em virtude de abortos clandestinos e de complicações no parto, porque nos oferecem atendimento inadequado por terem nojo de nossos corpos negros. Marchamos pelas cotas raciais nas universidades públicas, porque temos menos acesso à informação e ao ensino superior e queremos ser mestras, doutoras e ter autoridade do argumento para escrever nossas próprias histórias. Marchamos para exigir providências contra as ameaças dirigidas a nós da Marcha das Vadias e às/os estudantes da Universidade de Brasília, proferidas por grupos de ódio que insultam mulheres, negros/as e homossexuais. Marchamos porque não vamos deixar que o medo nos silencie.

Marchamos também porque nós, mulheres indígenas, lideramos os índices de mortalidade materna e há mais de quinhentos anos sofremos agressões e estupros como arma do genocídio social e cultural de nossos povos. Marchamos porque mulheres e meninas indígenas têm suas necessidades específicas ignoradas pelo governo, que negligencia o fato inaceitável de que, no mundo, uma em cada três indígenas é estuprada durante a vida e que, no Brasil, muitas mulheres e meninas indígenas são levadas à prostituição e ao trabalho escravo pela condição de extrema pobreza em que vivem.

No mundo, marchamos porque desde muito novas somos ensinadas a sentir culpa e vergonha pela expressão de nossa sexualidade e a temer que homens invadam nossos corpos sem o nosso consentimento; marchamos porque muitas de nós somos responsabilizadas pela possibilidade de sermos estupradas, quando são os homens que devem ser ensinados a não estuprar; marchamos porque mulheres lésbicas de vários países sofrem o chamado “estupro corretivo” por parte de homens que se acham no direito de puni-las para corrigir o que consideram um desvio sexual. Marchamos porque, como reflexo desse cenário de opressão e subordinação, 70% das mulheres com deficiência intelectual, como a síndrome de down, já sofreram abuso sexual, cometido muitas vezes por seus próprios cuidadores e/ou familiares. Marchamos porque ontem um pai abusou sexualmente de uma filha, porque hoje um marido violentou a esposa e, nesse momento, várias mulheres e meninas estão tendo seus corpos invadidos por homens aos quais elas não deram permissão para fazê-lo. Marchamos porque há poderes institucionalizados que banalizam todas essas violências, porque o Estado não toma todas as medidas necessárias para prevenir as nossas mortes e porque estamos cansadas de sentir que não podemos fazer nada por nossas irmãs agredidas e mortas diariamente.

Mas podemos.

Já fomos chamadas de vadias porque usamos roupas curtas, já fomos chamadas de vadias porque transamos antes do casamento, já fomos chamadas de vadias por simplesmente dizer “não” a um homem, já fomos chamadas de vadias porque levantamos o tom de voz em uma discussão, já fomos chamadas de vadias porque não seguimos o que a sociedade ou a nossa família esperava de nós,  já fomos chamadas de vadias porque andamos sozinhas à noite e fomos estupradas, já fomos chamadas de vadias porque ficamos bêbadas e sofremos estupro enquanto estávamos inconscientes, por um ou vários homens ao mesmo tempo, já fomos chamadas de vadias quando torturadas e curradas durante a Ditadura Militar e em todos os regimes carcerários antes e depois disso. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas porque somos MULHERES.

Mas, hoje, marchamos mais uma vez para dizer que não aceitaremos que palavras e ações sejam utilizadas para nos agredir. Nenhuma palavra mais vai nos parar, impedir, restringir ou dividir, pois os direitos das mulheres são de todas. Enquanto, na nossa sociedade machista, algumas forem invadidas e humilhadas por serem consideradas vadias, TODAS NÓS SOMOS VADIAS. E somos todas santas, e somos todas fortes, e somos todas livres para ser o que quisermos! Somos livres de rótulos, de estereótipos e de qualquer tentativa de opressão masculina à nossa vida, à nossa sexualidade e aos nossos corpos. Estar no comando de nossa vida sexual não significa que estamos nos abrindo para uma expectativa de violência, e por isso somos solidárias a todas as mulheres estupradas em qualquer circunstância, porque tiveram seus corpos invadidos, foram agredidas e humilhadas, tiveram sua dignidade destroçada e muitas vezes foram culpadas por isso. O direito a uma vida livre de violência, o direito à expressão da própria sexualidade e a autonomia sobre o próprio corpo são alguns dos direitos mais básicos de toda mulher, e é pela garantia desses direitos fundamentais que marchávamos há um ano, marchamos hoje e marcharemos até que todas sejamos livres.

Marcharemos para que não restem dúvidas de que nossos corpos são nossos, não de qualquer homem que nos assedia na rua, nem dos nossos pais, maridos ou namorados, nem dos pastores ou padres, nem dos Congressistas, nem dos médicos ou dos consumidores. Nossos corpos são nossos e vamos usá-los, vesti-los e caminhá-los por onde e como bem entendermos. Livres de violência, com muito prazer e respeito!

Negras, brancas, indígenas, estudantes, trabalhadoras, prostitutas, camponesas, transgêneras, mães, filhas, avós. Somos de nós mesmas, somos todas mulheres, somos todas vadias!

39 pensamentos sobre “Manifesto 2012 – Por que marchamos?

  1. […] Marcha das Vadias | Brasília, DF InícioSobreManifesto 2012 – Por que marchamos?Manifesto 2011 […]

  2. UAU!!! Se eu pudesse estaria aí com vocês. Sou cristã, esse texto me emocionou, pq sou mulher e apesar de na raiz de minha religião Jesus Cristo ter sido o maior quebrador de paradigmas de todos os tempos em relação a mulher o engessamento religioso, a ignorância, os interesses masculinos e o desejo por monopólio impedem que a mulher tome o lugar que deve tomar na igreja. A Mulher tem o direito de ser quem ela quiser, de se vestir e viver sem sem julgada ou ter que abrir mão de quem ela é por exigência de uma sociedade androcêntrica. Diante de Deus fomos feitos juntos, imagem e semelhança Dele e não há tradição religiosa que possa discutir com isso.
    Me chamem pejorativamente de Teóloga Feminista, eu não ligo. Sou defensora da mulher e do seu direito de usar uma blusa ou short mais leves no verão, pois não podemos sofrer e ser chamadas de vadias por termos corpos que despertam desejo e sofrer para escondê-lo. Não podemos ser crucificadas pela sociedade religiosa quando não casamos virgens enquanto isso não é verdadeiramente cobrado dos homens. Isso é uma crítica apenas ao comportamento religioso, pois ainda há várias coisas citadas aí que devem ser defendidas com unhas e dentes. Se o mundo religioso cristão [católico e protestante] desse a mulher a atenção e o valor que Jesus Cristo deu, esses seriam direitos defendidos pela igreja e não pela mulheres oprimidas. FORÇA MULHERES! ESTOU COM VOCÊS!

    • Maria Iolanda disse:

      mas porque as vadias que protestavam em copacabana pisaram em cruzes e colocavam a foto de Jesus Cristo, este mesmo do qual voce fala cobrindo os penis? Se Jesus deu valor a estas mulheres, porque não houve este mesmo respeito por parte delas, desculpe, só queria entender, porque elas promovem o preconceito contra os cristãos.

  3. UaU!!!! Que manifesto lindo!!!! Politizado, histórico, bastante fundamentado e coerente! Que luta linda a dessas meninas de todas as idades! Num mundo em que desacreditamos em partidos e instituições putrefados, corrompidos, com dinheiro na meia e na cueca, burocratizados, hierarquizados, machistas, homofóbicos e racistas,vem à tona este coletivo de mulheres democrático e lindo pra botar o bloco na rua e a boca no trombone!!!! VIVA A MARCHA DAS VADIAS!!!!

  4. Patricia disse:

    Não somos meras propriedade de homens, somos livres, não admtimos qualquer forma de abuso, seja sexual, seja dicriminatório, seja moral! Somos mais que um acessório para enfeitar a sociedade! Viva a marcha das vadias!!

  5. […] [+] Carta Manifesto da Marcha das Vadias/DF 2012 […]

  6. Fui abusada sexualmente, sim, na infância e na adolescência, não por uma, mas por mais de uma pessoa. Não sou a Maria da Graça Meneghel, sou Sandra Fontana.

  7. […] quem ainda tem dúvidas: Carta Manifesto da Marcha das Vadias do DF/2012. Cartaz da Campanha "Feminista por quê?" da Marcha das Vadias/DF. Confira mais fotos no […]

  8. […] Leia nossa Carta Manifesto de 2012 e entenda por quê marcharemos mais uma vez: https://marchadasvadiasdf.wordpress.com/manifesto-2012-por-que-marchamos/ […]

  9. […] Leia nossa Carta Manifesto de 2012 e entenda por quê marcharemos mais uma vez: https://marchadasvadiasdf.wordpress.com/manifesto-2012-por-que-marchamos/ […]

  10. […] Somos todas vadias. […]

  11. A mulher tem que dexar de viver em silêncio, aceitando tanto sofrimento por achar que a cultura é assim e não tem mais geito ,as coisas já foram bem piores para as mulheres e se mudou algo não foi porque os homens tiveram dó e resolveram poupar um pouco elas ,teve luta teve morte ,hoje votamos podemos trabalhar evitar filhos escolher nossos destinos o que falta e de uma vez por todas ter poder sobre nossos corpos …
    É muito injusto fazer parte da sociedade na hora te ter que trabalhar parir toda humanidade , e não ter direito de ir e vir sem correr riscos ou ouvir um psiu na rua .
    Sofri varios tipos de violencia vi minha mãe sendo constantemente assediada pelo próprio pai e não poder fazer nada por te medo de ter que ir pra rua quando eu era pequena ,ja ouvi de um segurança de um mercado após ter conseguido escapar de um cara que ia me estrupar se alguem não tivesse gritado quando passava de carro ,que eu deveria estar como filha dele naquele horário em casa dormindo, e que não iria me dizer quem era o cara que ele conhecia e sabia onde morava .
    Já vi homem que nem me conhecia dizendo pra todos que ja tinha tranzado comigo ,já ameaçaram meus amigos com arma porque irritada e bebada madei um fulano se lascar quando ele me seguia e fazia elogios baixos .
    Quantas vezes muitos se acharam com direito de tentar destruir meu namoro porque conheciam alguem que ja tinha ficado comigo ,então já que você dá pra um então tem que virar putona e dar pra todo mundo e não pode nunca mais ter alguém que goste de vc e queira um relacionamento sério .
    São tantos exemplos já que sofrer repreensão começa bem cedo quando se é mulher e o momento que deveria ser o auge da sua vida no trabalho estudos e curtição a juventude é quando você tem que fugir mais ainda dos homens escutar muita besteira e ser desmoralizada as vezes só por ser bonita .

    Isso tudo me dá raiva e não medo ,se sou amarga e mau “humoradamente feminista” é culpa de cada homem que passou em minha vida e fez questão de tenta fazer com que eu me sentisse mau por ser mulher

  12. […] um rosto jovem ao evento. Porém, suas reivindicações são históricas como mostra o manifesto: Por que marchamos? do coletivo Marcha das Vadias do Distrito Federal. Marcha das Vadias no Rio de Janeiro em 2011. […]

  13. baunilhete disse:

    Eu nunca me canso de ler esse texto, o do ano passado me fez chorar e desse ano também. Parabéns! Esse ano, como o passado, estarei lá, marchando, gritando e cantando. Somos todas vadias, com orgulho 🙂

  14. […] não é só isso. No domingo teremos a Marcha das Vadias. Porque Marcha das Vadias? Em janeiro de 2011, ocorreram diversos casos de abuso sexual em […]

  15. […] “Marchamos pelo direito ao aborto legal e seguro, porque não queremos Legislativo, Judiciário ou Executivo interferindo em nossos úteros para nos dizer que um aborto é pior que um estupro.”- Manifesto DF 2012 […]

  16. […] um rosto jovem ao evento. Porém, suas reivindicações são históricas como mostra o manifesto: Por que marchamos? do coletivo Marcha das Vadias do Distrito […]

  17. Tiago disse:

    “marchamos porque nos colocam rebolativas e caladas como mero pano de fundo em programas de TV nas tardes de domingo e utilizam nossa imagem semi-nua para vender cerveja, vendendo a nós mesmas como mero objeto de prazer e consumo dos homens;”

    O que voces querem dizer com “nos colocam” ? As mulheres que se prestam a esse tipo de papel o fazem por VONTADE PRÓPRIA. A objetificação da mulher nos meios de comunicação contam com um vasto elenco de mulheres que desejam se tornar objeto de desejo. A mulher melancia, a mulher melão, a mulher jaca, não são invenções masculinas apenas. Elas contam com a colaboração efetiva de mulheres que sim, na minha opinião estão completamente equivocadas e sim, são elas a peça principal da difusão de idéias deturpadas sobre as mulheres nos meios de comunicação em massa, infelizmente o maior veículo educacional do Brasil.

    Então na hora de protestarem contra a “cultura patriarcal”, como se todos os males imputados contra a feminilidade plena fosse culpa de homens, lembre-se que tem muita mulher fazendo fila por aí pra se tornar a bunda do momento. Por que querem, não tem ninguem obrigando não. Elas querem ser isso mesmo. Portanto, incluam esse tipo de mulher-coisa-midiática nos protestos também, pois a impressão que passa é a de um movimento igualmente sexista o que voces estão promovendo.

  18. Giselle disse:

    Texto muito bem escrito e esclarecedor. Não estava entendendo muito bem qual era o propósito da marcha e o porquê da palavra “vadia”. Lendo esse manifesto, não só pude entender tudo, como também me emocionei, pois acho que não tinha me dado conta de como ainda somos oprimidas, apesar da falsa aparência de liberdade dos dias atuais.

  19. […] Não preciso responder a isso, a Marcha das Vadias DF o fez com grande competência em seu manifesto: […]

  20. […] do evento  “Marcha das Vadias DF”  é possível  ler a  carta manifesto que justifica o motivo da marcha. Entre os motivos, a quantidade de estupros e assassinatos às […]

  21. […] parte da divulgação. No blog do evento  “Marcha das Vadias DF”  é possível  ler a  carta manifesto que justifica o motivo da marcha. Entre os motivos, a quantidade de estupros e assassinatos às […]

  22. Camyla disse:

    no meio de tantas banalidades e futilidades do dia a dia é possível ver que as coisas podem sim andar para frente, como esse manifesto maravilhoso, defendendo o direito de todas nós, e é assim que começa, um dia chegaremos la, espero um dia poder participar da marcha das vadias, parabéns para quem iniciou a marcha e a todas que compareceram alguma vez na marcha

  23. Mariane disse:

    Nessa semana a filha de uma amiga foi estrupada chegando em casa. Ela e sua mãe foram a delegacia registrar o fato e como é prática nesse município foram tratadas com descaso pelo policial de plantão. Isso é muito comum por aqui. A cidade de Rio das Ostras tem medo de expor a insegurança em que vivem as mulheres. Mas, mesmo não chegando a mídia, sabemos que esse não é o único casa. Sabemos que esse é um problema gigantesco que o governo municipal prefere fingir que não acontece. E assim mulheres e meninas continuam a ser violentadas e não saberem onde buscar ajuda, onde denunciar e principalmente como fazer com que outras mulheres não passem por isso.

  24. jader disse:

    Eu acho que vocês deveriam mudar o nome de marcha das vadias para outro nome , pois o nome vadia significa mulher vagabunda , puta e etc , vocês devem defender causas justas isso eu apoio , mas de forma alguma vou defender mulheres que querem dá a buceta em qualquer lugar ou mulheres que querem o direito de botar os peitos na rua e ainda exigirem respeito , quem quer respeito dá respeito , quem quer honra da honra e eu não honro puta .

  25. sfs - mulher disse:

    Com certeza nao se deve calar a nenhuma forma de violência, seja contra mulher, contra homem, contra criança, contra idoso, mas infelizmente como em todo lugar, sabemos que ultimamente inumeras mulheres nao teem se dado ao respeito. antes de se julgaram ter sido estrupada ou violentada, olhe para si, e veja seus trajes e trejeitos diante da sociedade.

  26. Carol disse:

    Gosto muito da proposta de vocês,MESMO! Um dia escutei no metrô em São Paulo a conversa entre duas mulheres,o que é inevitável uma vez que eu nem podia de mover dentro daquele trem de tanta gente,bom,elas diziam que os maridos batiam nelas e etc…e uma delas disse que tinha cansado de ir à delegacia da mulher porque nada era feito e ela continuava apanhando,também sempre soube que na região da Augusta uns caras pegavam as lésbicas e a fim de torná-las ”mulheres” faziam tudo aquilo que a gente já sabe…Enfim,achei aquilo muito triste e condeno (se é que eu posso condenar alguma coisa) esse tipo de atitude e estupro então!Parece filme de terror não realidade,então eu me juntaria SIM à vocês,mas tem uma coisa que eu não concordo,eu li o propósito de vocês,mas não concordo em mostrar peitos e usar frases do tipo ”ei machistas gozar é uma delícia”…o motivo pelo qual não concordo é porque vocês fazem a marcha para lutar por mais respeito por nós mulheres,certo?!!? Entre outros pontos acho que esse é o principal e daí não me parece muito correto,mostrar os peitos ou usar frases desse tipo pra conquistar respeito.
    Não importa se somos putas,vadias,santas,um pouco de cada,virgem,galinha,free,conservadora,regiliosa,etc…acho que cada uma tem SIM o direito de viver sua própria vida e SIM,chega de abusos contra nós! Mas a forma como lutamos por isso pode estar um pouco equivocada…uma mulher independente de qual estilo de vida que ela tenha,quer e merece ser tratada com amor,carinho,respeito…todo mundo quer isso…homens,mulheres,crianças,velhinhos,americanos,italianos,franceses,japoneses,o povo do congo,da Russia…quem já viajou sabe…todo mundo quer isso,não adianta se fazer de forte,precisa assumir o que se quer…e ninguém quer ser desrespeitado…Não gostei de ver fotos da mulherada com as peitolas de fora,lutando contra estupro por exemplo…contraditório…
    Mas parabéns pela iniciativa! Alguém precisa ajudar essas mulheres que sofrem tanto,ninguém merece vir ao mundo pra sofrer =/

  27. bruna disse:

    Me emocionei demais, ele fala por todas nós. Pena no final não incluir as deficientes também, mas um manifesto MUITO BEM elaborado! Parabéns as meninas que ”verbalizaram” o que tantas de nós sentimos.

  28. Myrna disse:

    sem dúvidas que vou!! *-*

  29. […] Manifesto: por que marchamos? – Marcha das Vadias DF […]

  30. […] Feministas tem uma série de posts sobre a Marcha das Vadias. E os dois manifestos [2011 | 2012] da Marcha de Brasília são bastante esclarecedores. Há também uma coletânea de links no meu […]

  31. […] edição dessa manifestação tão importante para o feminismo. Eu poderia falar sobre quais são nossas reivindicações, a origem dela lá no Canadá e sua relevância na luta pela liberdade das mulheres e direitos […]

  32. Andréa Barroso Sant´Anna disse:

    Leno a revista Caros Amigos do mês de junho de 2013, tive a grande oportunidade de conhecer a Marcha das Vadias e buscar na Internet informações sobre este movimento e lendo este texto identifico muitas das dificuldades que eu enfrento no meu dia-a-dia e no de outras mulheres. Por mais que se fale da liberalização da mulher e da sua conquista de espaço, camufla-se muitas dificuldades existentes e a sociedade machista em que vivemos. Afinal, na prática entre as elites e os grupos mais populares a mulher não pode ter uma opinião, manifestá-la e defendê-la. Isto percebe-se nas conversas das famílias. A sexualidade em todos os meios mostra-se machista e a mulher sempre é culpabilizada sozinha, ela sempre é a mãe desnaturada e má que faz o aborto, abandona o filho e pouco fala-se do “pai”, dos problemas sociais e de saúde. Este manifesto é válido e vou divulgá-lo entre os meus amigos e colegas de trabalho.

  33. […] Marchamos contra o racismo porque durante séculos nós, mulheres negras, fomos estupradas e, hoje, empregadas domésticas são violentadas, assim como eram as mucamas. Marchamos pelas crianças negras que são hostilizadas pela cor de sua pele, por seus cabelos crespos e são levadas a negar suas identidades negras desde a infância, impelidas a aderir ao padrão de beleza racista vigente. Marchamos porque nossa sociedade racista prega que as mulheres negras são “putas” por serem negras, tratando-nos como mulas, mulatas e objetos de diversão, desprovidas de dor e pudor. Marchamos porque nós negras vivenciamos desprezo e desafeto reduzindo nossas possibilidades afetivas; “Vadia” enquanto estigma recai especialmente sobre nós negras, por isto marchamos em repúdio a esta classificação preconceituosa e discriminatória de nosso pertencimento étnico-racial. (Carta Manifesto da Marcha das Vadias/DF 2012) […]

  34. […] Feministas tem uma série de posts sobre a Marcha das Vadias. E os dois manifestos [2011 | 2012] da Marcha de Brasília são bastante esclarecedores. Há também uma coletânea de links aqui no […]

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